Viva Hate - Destrua o que te intimida

Olá, pessoal.

Na intermitência de hoje, venho com essa postagem-relâmpago para falar sobre um assunto relacionado ao mal que aflige a vida em sociedade desde seus primórdios: o ódio. Pior que isto, o ódio gratuito. E a ideia me veio no momento em que, assistindo alguns vídeos aleatórios no Youtube, me deparei com este:

Daí então me toquei e pensei: ´´Como é possível que eu nunca tenha falado nesse assunto antes??´´ Afinal, eu também já fui agredida por ter uma aparência diferente.

O vídeo acima diz respeito à celebração do World Goth Day, do qual falei um pouco nesse post, mas que me chamou mais atenção pelo direcionamento que tomou  - a violência contra o que é diferente. E não falo somente de xingamentos e deboches, falo de casos extremos de ódio infundado que levaram (e ainda levam) até ao assassinato. Aqui vou focar o assunto no que diz respeito a góticos, alternativos e semelhantes, se não o post  não acaba nunca.

Vamos por partes. No vídeo acima, a jovem fala um pouco a respeito do World Goth Day, que é um evento para celebrar a subcultura, convida as pessoas a fazerem o mesmo e tudo mais. Depois a mesma parte para o tema da violência sofrida por várias pessoas adeptas ao movimento, que sempre têm de conviver com preconceitos, ofensas e agressões - especialmente o caso de Sophie Lancaster, que é um exemplo extremo desse mal. 

Sophie era uma jovem normal e sadia do Reino Unido, com grandes aspirações para o futuro como tantas outras pessoas, mas com um diferencial - ela era gótica. Eis então que um dia ela estava voltando de um rolê com o namorado quando, do nada e por nada, ambos foram abordados por um grupo de cinco coisas pessoas, e foram espancados até entrarem e coma. Por quê? Porque eram góticos. E os agressores ainda celebraram o ataque dizendo que ´´fizeram algo bom´´. O namorado, Rob, sobreviveu; mas Sophie não teve essa sorte, faleceu cerca de 13 dias depois. Obviamente, como não estamos nesse puteiro chamado Brasil, os agressores foram julgados e presos, dois deles à perpétua. Mas é como sempre dizemos, isso não traz a moça de volta. O caso ocorreu em 2007.

Sophie Lancaster e Rob Maltby

Desde então existe a Fundação Sophie Lancaster, que atua no combate à discriminação e ódio contra pessoas que são adeptas a culturas e estilos alternativos, segue o texto da mãe de Sophie encontrado no site da fundação:

Desde a morte de Sophie em 24 de agosto de 2007, depois do ataque horrível contra ela e seu parceiro Rob em Stubbeylee Park, Bacup, Lancashire, nós tivemos muitas ofertas gentis de apoio e doações. Sophie e Rob vestiam-se em seu modo único, expressando sua individualidade como criativas pessoas artísticas. 

Depois de consultar a família e amigos, sentimos que uma fundação deveria ser criada em nome de Sophie. A fundação (charity), conhecida como The Sophie Lancaster Foundation, focará na criação do respeito e compreensão das subculturas em nossas comunidades. 

A mesma também trabalhará juntamente a políticos e forças policiais para assegurar que indivíduos que são parte de subculturas sejam protegidos pela lei. Em 2013, a Greater Manchester Police tornou-se a primeira a monitorar e gravar crimes de ódio e incidentes contra pessoas de culturas alternativas. Várias outras autoridades policiais seguiram seu exemplo.

Em 2014, fui honrada em ser premiada como OBE (Officer of the (Order of the) British Empire - algo como Oficial da Ordem do Império Britânico) por ´´coesão comunitária - especialmente na redução do crime de ódio´´.

Aproveitem o site. E por favor nos comunique se você tiver quaisquer mensagens, feedbacks ou perguntas.

Sylvia.

(A tradução não é espetacular, mas já dá pra entender bem, né? :3 )

Vocês podem visitar o site oficial da fundação e também a página da mesma no Facebook.

Agora, quanto tantos outros casos de ódio a gente vê por aí, todos os dias? Quantas são as situações desagradáveis em que somos obrigados a aguentar todo tipo de patifaria e agressão só por causa de uma merda de roupa? Pois é.

Se até eu, que nunca tive o visual que considero extremo, que por gosto só visto preto e maquiagem pesada (algo que considero bem mais simples), já tive de aguentar cantadas, deboches, gente fazendo o sinal da cruz pra mim (fala sério haha) e até gente que me atirou coisas, imagina quem gosta de ser mais extremo (a)?

O que fazer? Como proceder? Ou então, por que tem de ser assim? Creio que eu nunca saberei. Preconceito é um ato praticamente involuntário no ser humano, e eu também o tenho às vezes - mas admito e me controlo. Porém, qual é o limite entre simplesmente ter uma opinião contrária e ser um poço de ignorância? Obviamente, primeiramente vem à cabeça a questão da educação (a que vem de casa principalmente), que todos sabemos que muitas vezes não resolve. E às vezes vem a vontade de pulverizar gente assim.

Me parece que o que resta é lamentar, tentar sempre ser civilizado, se unir e apoiar causas como a da Sophie Lancaster Foundation, e tantas outras causas em prol das vítimas de crimes de ódio, além de aprender a lidar com tanta hostilidade - até porque não dá pra simplesmente ser invisível no mundo, e sempre haverá alguém que nos odeie, mesmo que não saibamos disso.

E finalmente, nos resta também manter o foco nas coisas boas, exaltando e espalhando atitudes nobres e celebrando a festa de ser quem somos, porque é isso uma das tantas coisas que valem a pena na vida. 

Por hora é isso, pessoal, espero que tenham gostado. 

Muito obrigada pela visita ♥

See ya.