Na intermitência de hoje falarei ao cosmos.
Tempos atrás estava eu a bisbilhotar o site da Anna Costa (recomendo, viu? Maravilhoso ♥) e me deparei com a definição que ela faz de si mesma - gótica aposentada. Achei engraçada e muito pertinente, principalmente porque achei que esta definição também se encaixa perfeitamente à minha realidade, me identifiquei, pois também me sinto como uma gótica aposentada. Amo a cultura, amo as roupas, a atmosfera, a essência. Mas não me encaixo mais. Aliás, creio que nunca sequer me encaixei, porque com essa loucura toda que é a internet, com todo esse fluxo de informação e com tanta coisa diferente que a gente encontra, sempre foi difícil para mim encontrar algo que fosse conciso. Afinal, eu não tive contato direto com old schools, não frequentava baladinhas trevosas nem algo que pudesse se encaixar ao meio, até porque cresci num cafundó dos diabos onde esse tipo de coisa sequer existe, e a internet sempre foi meu refúgio nesses aspectos.
Obviamente que a definição do "gótica aposentada" da criadora do termo deve ser bem diferente da que eu encontrei para mim, afinal, antigamente, em termos musicais, eu estava mais para headbanger que para gótica. Mas o meu gosto quase que obsessivo pela tristeza sempre me arrastou para esses mares. Talvez mais melancolia que tristeza, sei lá. Enfim. Sempre fui super admiradora e adepta (na medida do po$$ível rs) de uma aparência Morticia, sempre tive uma quedinha pelo macabro, e mais ainda pelo que é desolado. Ainda sou assim. Só que um pouco diferente de uns anos para cá.
Eu sou e sempre fui uma pessoa muito extrovertida, debochada, que ri muito alto e adora uma palhaçada, e nunca entendi esse meu outro lado que é tão intenso, apesar de reservado. Como eu mencionei antes, nunca me defini exatamente como sendo gótica, nunca achei que eu me encaixasse nesse grupo por ter aspectos divergentes em minha própria personalidade. E é por isso, entre outras coisas, que esse meu outro lado é tido por mim como reservado. Eu guardo para mim. Sempre achei muito poser essa coisa de "pagar" de deprimida, de expor as coisas. Não sei, não gosto disso, acho bobo. Provavelmente porque é mais fácil seguir camuflando as coisas a ter sempre de se explicar para todo mundo, porque é estranha essa coisa de ser feliz o tempo todo. Quisera eu ser feliz o tempo todo! É como se na vida houvesse uma ditadura da felicidade, onde quem não é sempre feliz é doente. Milhões de pessoas aparentemente eufóricas num país em recessão. Detesto isso.
Pois bem. Voltando à ideia que me inspirou a escrever o post de hoje, percebi mais uma vez os pequenos detalhes que me fazem sentir como se estivesse envelhecendo. Na verdade seria amadurecendo, mas como sou dramática e exagerada, sempre opto pelo termo anterior. Antes eu adorava tomar uma birita e curtir um som, hoje só penso em arrumar um terceiro emprego porque estamos em tempos difíceis. Vi todos os meus temores da adolescência se tornando realidade, porque na época essas coisas de viver para trabalhar e talz soavam frustrantes demais para uma pessoinha que queria viver num castelo no leste europeu. Lá se foi o visual pesado, lá se foram as festas e shows (que eu mal pude frequentar, a bem da verdade), lá se foi quase tudo. Só ficaram os mesmos gostos de sempre e a estranha saudade do que nem aconteceu. O lado bom é que eu não me sinto frustrada, embora um pouco melancólica às vezes. E a minha felicidade é poder dormir abraçada com meu bebê, isso faz tudo valer a pena pra mim.
É interessante observar o que o tempo faz com a gente, e o saudosismo é inevitável. Pessoas se vão, outras vêm, e os momentos empalidecem em nossas mentes. Isso é natural, embora nem sempre tão fácil de lidar. Felicidade plena não existe, e paradoxalmente acredito que isso seja sim saudável. Afinal, é como diz o mestre Schopenhauer - só a dor é positiva. Busquem a definição, é bem diferente da primeira impressão que se tem ao ler a frase ;)
E eu perdi a inspiração. Isso acontece muito rs, perdoem-me.
Som aleatório de hoje, adoro essa combinação que fizeram com a série ♥ :
Muito obrigada pela visita ♥
See ya.
AMEI esse termo! É bem assim que me considero: uma gótica aposentada. Sempre disse que nunca mudaria isso na minha personalidade e cá estou eu, me identificando completamente com seu post. Os momentos de saudosismo são inevitáveis, mas também gosto do presente, de perceber como sou diferente da gótica que fui até meus 19 anos aproximadamente. Isso me traz paz :)
ResponderExcluirSeu post foi inspirador! <3
Beijos
Alternativa GG
Oi querida, como é bom ver que você curtiu o post!!! Realmente a gente deve estar numa fase bem semelhante em nossas vidas haha, porque eu também me sinto de forma bem parecida com você em relação ao presente.
ExcluirMuito obrigada por comentar!!
Beijão ♥
Eu fiquei meio bad lendo, sério, heuhe! Só que de fato, concordo com muitas coisas que disse, sobre a internet ser um fluxo de informações gigantescas (e muitas vezes, até desconexas) e sobre a felicidade ser algo "exigido" o tempo inteiro, ainda mais na situação em que nosso país está... Mas tudo é moldado de acordo com nossa visão de mundo, né?! Enfim, eu também nunca me considerei gótica, mas gosto da estética, dentre outras coisas. Bom, só gostaria que não parasse de escrever, pois gosto bastante dos seus textinhos, beijão miga! <3
ResponderExcluir4sphyxi4.blogspot.com.br
kkkkk Desculpa amor, não foi a intenção. Mas tem época em que eu fico assim mesmo.
ExcluirÉ aquela coisa, né... nunca somos "bons" o suficiente para sermos aceitos, até mesmo em grupos de "renegados", que na verdade são tão entojados quanto os mainstream kkkkk. Se a gente for levar isso em consideração, estaremos mais perdidos ainda.
Muito obrigada pela força, sua linda!!! Embora este blog esteja abandonado, eu não me esqueci dele não, e prometo que uma hora volto sim!!!
Bjããão <3
Oiii,acho q não conhecia seu blog ainda,vou dar uma olhada por aqui rs.
ResponderExcluirBom,acho q eu sou a mais velha de quase todas as meninas blogueiras alternativas rs,mas passamos por vários estágios na vida e isso com certeza muda algumas atividades algumas amizades,responsabilidades maiores etc,faz parte da vida essas mudanças,mas acho q oque somos na essência não muda.
Quando meus filhos eram pequenos eu já não tinha tempo,nem grana haha para sair como quando era solteira,hoje em dia eu saio bem pouco para shows e baladas,só quando eu tô muito a fim mesmo,e meu filho me acompanha rs.
Visual eu nunca deixei de usar pq é algo q me faz muito bem,me coloca pra cima sabe?
Mas acho legal essas fases da vida,temos que aproveitar cada momento intensamente e as boas lembranças serão eternas.
Bjos
Oi!!! Muito obrigada pela visita e pelo comentário!
ExcluirSim, super concordo com o que você disse! A essência nunca muda ♥ Confesso que sinto falta do meu visual mais pesado, a falta de eventos alternativos e a rotina trabalho-casa acabaram por me "forçar" a abrandar um pouco minha própria aparência, mas ainda sim 90% do que visto é preto, e quando não é, tem alguma coisa ligada "às trevas" kkkk. Quando a gente tem tanto costume, simplesmente não consegue deixar de usar...
Talvez eu volte a me "montar" aqui para o blog, tipo, pra curtir um pouco e pra compartilhar as coisas de que gosto, me parece bem divertido. Só falta a energia kkkk
Um grande beijo e volte sempre ;) ♥
Nossa, você conseguiu descrever exatamente o que acontece comigo, acho que sou una "gótica" aposentada, também cresci em um lugar onde nada disso existe, onde usar qualquer coisa diferente é considerado "recusado". E hoje prefiro mil vezes, ficar em casa com meu filho, do que tomar uma birita. Também sonhava com castelos, e me via sempre fora do brasil, ganhando muito, hoje eu só quero o suficiente. Cresci de fato, quando vi que nada disso realmente me importava tanto, quanto o sorriso do meu filho ao despertar <3
ResponderExcluirSexo, Fraldas e Rock'n Roll
E não é, flor??? É exatamente disso que falo. Sinto falta de algumas coisas sim, mas não estou frustada com eu imaginava que ficaria. O sorriso de nossos bebês é sempre a coisa mais linda do universo ♥
ExcluirMuito obrigada pela visita e pelo comment ♥
Bjão.